terça-feira, 9 de abril de 2013

A Prova de Deus, e não à Prova de Deus.

         
          Pode até ser que a história  do mundo e do homem não seja nada do que nossa tradição nos ensinou, mas daí para negar a Deus já é outra delírio. Como negar essas sensações que me acompanham de equilíbrio, força, sabedoria quando oro a Deus, quando tento andar reto, com o oposto, a angústia, a dor e o sofrimento que me acompanham sempre que me afasto do Soberano? Como negar a permissão que existe em cada amanhecer para que eu abra meus olhos, levante da cama e comece o meu dia? Essa permissão é algo divino ou natural? E se for natural, de onde provém a natureza das coisas se não for de uma liberação e existência divina. É por isso que sempre que busco invocar a Deus, busco também pedir o perdão pela minha ignorância e pelos limites de minha sabedoria, pois posso muito bem estar acreditando em algo que não seja assim por dizer, tão divino, que possa ser até mesmo obra do demônio. Deus, se é Deus, já sabe de tudo isso, mas a minha atitude de me prostrar diante do Altíssimo e lhe suplicar o perdão demonstra o meu temor, a minha devoção para com Ele.
          Outra argumentação plausível é referente a Jesus Cristo, como único filho (João 3: 16-17), quando na verdade todos nós somos filhos de Deus Pai. Deus, em sua onipotência, poderia enviar quantos filhos fosse de sua vontade. Para que o Pai, criou, através de Jesus, todo um caminho para o Homem percorrer, tão diverso das disputas narradas no Antigo Testamento, a ponto de deixar confusa as cabeças alheias? Para que um Deus precisa se personificar em Humano para dar ao Homem a salvação eterna? Para que passar seu filho por extremo sofrimento, se é ele Deus? Será que se vangloria, que é complacente com o sofrimento? Tudo isso só faz me crer mais e mais em Deus e em Jesus Cristo. Pois, em contrapartida, também me pergunto: o que faz com que um homem passe por tantas provações, como Jó, como o próprio Jesus Cristo, sem nunca renegar o nome de Deus? Deus sendo Deus parece não agir como tal. Mas só parece. Em verdade, O Grande Criador está a cada dia impondo suas mãos para que esse mundo continue, para que todos possam passar pelo milagre da fé.
          Estava outro dia analisando a situação, por exemplo, dos índios. É sabido que a 512 anos atrás, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, proveniente de Portugal, nas caravelas, encontrou aqui selvagens que jamais haviam cruzado com a figura do homem civilizado. Esse selvagens, mesmo sem conhecer nada dos Evangelhos, pois nada chegou até eles até aquele ponto, adoravam deuses como o Sol, a Lua, as Estrelas, e tinham um profundo respeito pelos seus mortos. De onde vem esse sentimentos de que existe algo maior, de que o mundo pode não ser só o que se desponta diante dos olhos, como a mata a sua frente, as praias, os rios, os animais, etc.? O índio, sabiamente é um Ser Humano, é Homem. Quando Jesus morreu na cruz, abriu as portas do paraíso, sendo que ninguém chega a obter sua salvação senão através de Jesus Cristo, seguindo o Cristianismo. O Cristianismo é então o caminho da Salvação do Homem. Agora me pergunto, mesmo aquele índio que morreu antes de conhecer o Evangelho, seria salvo ou condenado para sempre? Se for condenado, que culpa ele, o índio, teria pela sua ignorância? Enfim, o curioso é que os índios eram figuras humanas de fé, que já constituíam um misticismo próprio. A Fé é mesmo um grande mistério!